segunda-feira, 4 de abril de 2011

Lançamento de Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 2

Se com o primeiro Ultimate Ninja Storm a CyberConnect 2 mostrou que as consolas de alta definição lhes podiam proporcionar a entrega de uma maior qualidade na realização dos seus jogos inspirados na aclamada obra de Mashashi Kishimoto, com a sequela a CyberConnect 2 atesta com todo um estrondoso vigor que a sua paixão por Naruto é tão grande quanto a de qualquer outro fã. São estas as primeiras linhas e indicações que surgem logo no primeiro momento e se prolongam até ao último. Assim que se pega em Naruto: Ultimate Ninja Storm 2 é mais do que agradável ver que o estúdio não se deixou acomodar com as aclamações feitas ao original e procurou melhorar não só enquanto meio de expressar o universo no qual se baseia mas também enquanto videojogo em si. Sem a momento algum revelar medo de experimentar coisas diferentes, sempre de forma ponderada e sóbria.
Ultimate Ninja Storm 2 está para o primeiro exactamente como a série Shippuuden (que pode ser traduzido como As Crónicas do Furacão) está para a primeira série. Shippuden oferece aos fãs algo ainda mais envolvente, um personagem mais maduro e crescido envolvido em combates de tom épico e com uma exposição e desenvolvimento de personagens extraordinário. Uma animação cheia de intensidade e personalidade. O mesmo pode ser dito do jogo que o representa na sua totalidade, pelo menos nos eventos de história central vindos directamente da banda desenhada para a televisão, e tem algo altamente completo para oferecer a todos os que procuram renovar as suas aventuras videojogáveis Naruto.

 
O ninja mais gabarolas de todos os tempos conquista força à altura.
Todas as bases que serviram como fundação à mais do que agradável experiência original foram recuperadas e enquanto umas regressam praticamente iguais, outras mostram várias alterações e novidades. Acima de tudo, há que salientar que as peças chave estão todas de regresso: o modo aventura, o fantástico aparato visual, a jogabilidade fácil e intuitiva e uma enorme quantidade de fan service. A isto temos como principal e mais importante novidade a chegada do modo online que definitivamente marca a diferença e mostra que a CyberConnect 2 e o seu jogo souberam crescer e acompanhar os ritmos da indústria neste espaço de dois anos.
Ultimate Ninja Storm 2 começa precisamente tal como a série na qual se baseia, isto é, imediatamente após o primeiro. Depois de partir com Jiraya para o seu treino, Naruto regressa à Aldeia Escondida nas Folhas passados três anos e tem a maior ameaça da sua vida à sua espera: a organização Akatsuki (cujas intenções podem ser retiradas do seu próprio nome, o alvorecer de uma nova era sob seu controlo). Desde o salvamento do novo Kazekage até à estrondosa luta pela sobrevivência do mundo ninja sob as ruínas da sua amada terra natal frente a Pain, os momentos e batalhas mais icónicas da série Shippuuden são aqui representadas com uma dinâmica que consegue o triunfo de surpreender mesmo aqueles que não pensavam poder ser surpreendidos depois do que viram no original.
Assim que iniciamos o modo aventura ficamos perante a maior alteração que a CyberConnect 2 implementou e uma que nos conquistou imediatamente. A nova abordagem não só o remete para tons que transformam o jogo ainda mais parecido com uma série animada como também evita quaisquer artificialidades para prolongar a experiência com a possível consequência de aborrecer o jogador. Já não estamos restritos à aldeia natal de Naruto, como no primeiro, e vamos passear por várias aldeias e locais do mundo de Naruto assim como percorrer os espaços que as ligam, abrindo o acesso a cenários que nos lembram e aproximam mais da animação. Este completo libertar de restrições faz no entanto que o modo perca o esquema de mundo aberto do original no sentido de um único espaço totalmente acessível que nos dava acesso a toda a aldeia. Agora opta por nos colocar no controlo da personagem ao longo de cenários desenhados à mão com uma perspectiva fixa e que se vão sucedendo entre si consoante progredimos.
 
Desenho animado ou videojogo?
Com isto Ultimate Ninja Storm 2 perde a liberdade do primeiro em prol de um tom mais ao encontro de uma série animada e não tanto jogo, algo que nos agradou e muito. Além do mais, livra-se das artificialidades que serviam para prolongar a longevidade e que se tornavam aborrecidas. Falo claro dos processos que éramos forçados a repetir até à exaustão, tanto para ganhar scrolls como para ganhar dinheiro, e ainda das estranhas e aborrecidas missões secundárias. Agora tudo é mais coeso e com melhor estrutura, estando a todos os momentos envolto num maior tom "animesco" devido à combinação de cenários fixos desenhados à mão como pelo uso de câmaras fixas em pontos de cada respectiva nova secção.
As missões secundárias estão de volta mas já não temos o efeito do primeiro, no qual Naruto parecia estar a contar as suas memórias, forçando o jogador a aceder a um menu próprio para eleger as missões e depois ter que se dirigir ao ponto na aldeia para as activar. Aqui tudo está estruturado de forma similar aos comuns jogos de aventura consoante a história da animação, vamos-nos descolando ao longo do mundo para avançar na história. Ao encontrar personagens espalhadas pelo mundo de jogo podemos aceder a missões secundárias e muitas delas relembram momentos da série e vários elementos como a recolha de itens e consequente criação de objectos ou receitas surge com melhor enquadramento face ao material fonte e mais intuitivo.
Ao viajar pelo mundo vamos poder recolher objectos dos mais variados pontos dos cenários e com esses objectos (que podem ser sementes ou ingredientes, por exemplo) podemos ir a uma loja e criar novos itens para mais tarde comprar e que nos vão ajudar nas batalhas. Os restaurantes estão de volta, ajudando a restituir a barra de energia, e também de volta está a loja na qual compramos os vídeos e as músicas para assistir. Agora com uma acessibilidade muito mais rápida e intuitiva, e a qualquer momento.

Para além da componente de aventura, que dá distinção e nome ao modo, também temos outro dos elementos nucleares da experiência, as batalhas. Mais do que evoluir, podemos dizer que a CyberConnect 2 decidiu experimentar coisas novas sobre o que havia criado e mesmo que a fidelidade não seja suprema (alguns momentos simplesmente não conseguem a mesma carga emocional e profundidade) enquanto elemento inserido num videojogo em si, são para lá de satisfatórias. Um dos maiores valores que ficou exposto com o original foi o de que mais do que criar um jogo de luta, o desejo era criar uma experiência Naruto em forma de videojogo e isso fica altamente evidente ao entrar em contacto com o sistema de combate.
Com um nível de profundidade relativamente baixo, pouco parece ter mudado sobre o original. Temos o mesmo esquema, um botão para ataque físico, um botão para reunir e usar ataques que necessitam de chakra, os jutsus, e outros botões para acções básicas e necessárias como defender, invocar parceiros para um ataque, ou desviar dos ataques inimigos. Todo o sistema baseia-se no pressionar constante de um só botão envolto em pequenas nuances consoante a direccional na altura de finalizar o combo. Tudo muito fácil e até simplista, até porque reunir chakra e aplicar vezes sem conta num curto espaço de tempo que pode demorar um combate golpes especiais como o "Rasengan" é facílimo demais.
No entanto, como referido, o valor máximo é o recriar do dinamismo e euforia dos combates épicos vistos na série e quanto a isso o sistema de combate relativamente simples funciona sem quaisquer problemas de maior. A velocidade pode chegar a ser estonteante (é aconselhado a que joguem num nível de dificuldade cima de normal caso queiram realmente um desafio e aumentar o tempo de vida do modo) e uma vez que tudo é intuitivo e simples, não temos quaisquer problemas em reagir e actuar visto ser tão fácil assimilar os processos. Acima de tudo podemos-nos centrar no espectáculo visual, especialmente nas lutas mais significativas e as que envolvem criaturas de grande porte.
 
It's PAIN time!
Aqui as potencialidades são tão grandes quanto a fonte permite, o que significa, elevadas. As lutas contra os bosses ou as lutas mais marcantes da série não são inteiramente iguais às ditas "normais" e desde o Prólogo contra Kakashi que percebemos que a Cyberconnect 2 preparou algo de maior e mais especial. Quando conseguimos infligir determinada quantidade de danos, as grandes figuras adversárias da série dão início a sequências espectaculares baseadas no que vimos na animação e antes de desfigurarem completamente o cenário ou introduzirem novas mecânicas e exigirem o uso de diferentes processos para serem vencidos, forçam aos momentos QTE como visto no original. Mas também aqui a CyberConnect 2 preparou algo especial e durante estes segmentos temos uma avaliação em estrelas pela nossa prestação e caso amealhadas as estrelas suficientes, podemos ver secções secretas durante os combates que nos contam mais da história e do momento que os personagens vivem. Um pequeno extra que serve de forma deliciosa para nos enviar para a terra da nostalgia. Algumas batalhas reservam ainda surpresas na jogabilidade que não sendo algo de cair o queixo são na mesma um elemento diferente e interessante. Vai permanecer em segredo para evitar estragar quaisquer surpresas.
Desde os personagens e cenários no modo aventura até ao sistema de combate, toda a componente visual é de um luxo que apenas pode ser elogiado dizendo que é como se estivéssemos a ver um desenho animado, ainda mais do que com o primeiro. Como anteriormente foi referido, o uso de cenários desenhados à mão com as personagens que parecem ter saído de uma animação dão um aspecto espantoso a este modo e por vezes não deixamos de ponderar se estamos mesmo num desenho animado. Nos combates tudo se mantém fluido e dinâmico, e quando chegam as criaturas enormes ou os combates mais épicos da animação, os níveis de dinamismo são espantosos e por vezes mais vale a pena pedir a outra pessoa que jogue para podermos assistir sem preocupações (ainda bem que depois podemos comprar os vídeos destas técnicas para ver livremente). Altamente colorido e artisticamente altamente fiel à fonte, somente o anti-aliasing nos relembra insistentemente que estamos perante um jogo. Convém ser referido que as vozes originais podem e devem ser escolhidas pois para completa veracidade de eventos, são preponderantes. As vozes na língua Inglesa podem ser atrozes e retiram todo um envolvimento ao produto.
 
Usar itens antes ou a meio dos combates pode salvar o dia.
Como alternativa ao modo aventura temos a possibilidade de lutar localmente, contra a inteligência artificial caso queiram e assim escolher livremente os personagens. Vocacionado para os que querem realizar confrontos nunca possíveis na animação. No entanto, o grande destaque e novidade é o novo modo online que promete oferecer aquilo que o original por limitação nunca poderia, uma variedade na jogabilidade e até a profundidade que pode nunca assumir no modo a solo. Não só como instrumento para aumentar a longevidade, este modo online promete juntar a comunidade de uma forma como nenhum outro até à data conseguiu, particularmente no caso da PlayStation 3 na qual é o primeiro jogo Naruto com tal funcionalidade. A repetição dos processos pode ser escandalosamente evidenciada mas frente a um jogador astuto, podemos ter um combate que nunca poderíamos ter a solo.
No entanto o modo está ainda envolto em menus que podem ser descritos quase como "desajeitados". Podemos optar por jogos livres ou então jogos para o ranking e aqui podemos procurar ou criar sala. Ao procurar sala temos alguns parâmetros de escolha mas é pena a ausência de uma opção imediata para a procura automática de salas com as melhores condições. Outro dos problemas é que caso decidam por azar entrar numa sala que entretanto ficou cheia, não nos é dada a oportunidade de escolher uma nova da lista que se apresentou, temos que iniciar uma nova procura e assim prolongar o espaço de tempo entre combates. Algo que pode afectar o ritmo dos eventos e tornar a experiência mais lenta. É algo com um impacto variável e até pode ser encarado como minuciosidades ou pequenos queixumes mas é algo que poderia ter sido melhorado.
Naruto Shippuuden: Ultimate Ninja Storm 2 é um produto que evidencia ser claramente um trabalho de quem ama tanto este universo quanto quem o vai querer comprar. É em tudo superior ao primeiro e é um título verdadeiramente delicioso para os fãs. Como qualquer outro com fundações similares, é primeiramente dedicado a quem segue o personagem na banda desenhada ou série animada e nesse aspecto é um dos produtos mais impressionantes que tive a oportunidade de jogar. Em perspectiva, antes do lançamento de Ultimate Ninja Storm 2 este parecia ter estofo para ser o "tal" entre vários, uma carta de amor da CyberConnect 2 para os fãs, e consegue.

                                Feliz dia Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 2                                                               fonte : evil games

Nenhum comentário:

Postar um comentário